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05.02.2020
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De 28 a 30 de janeiro, o Pavilhão Carlos Lopes foi palco de um evento tecnológico promovido pela Microsoft que juntou 4.500 pessoas, às quais se somaram 7000 espetadores online e mil que passaram pelos eventos paralelos que decorreram em sete cidades portuguesas. O Politécnico de Lisboa esteve na segunda edição do evento dedicado à transformação digital que a Microsoft quer ajudar a impulsionar em Portugal.

O dia 30 de janeiro, último do evento tecnológico reuniu professores (ensinos básico, secundário e universitário), decisores, educadores e investigadores para refletir sobre novas formas de ensinar, aprender, trabalhar e recrutar, novas carreiras e competências que se impõem com a transformação digital.

“Temos a obrigação de ser felizes”, assim começou a intervenção de Manuel Heitor, ministro da Ciência Tecnologia e Ensino Superior. Para o ministro, este momento de transformação tecnológica, para além de uma oportunidade, trás com ele, “o dever e a obrigação de aprendermos uns com os outros e de estimular também a responsabilidade dos outros em criar mais empregos e reduzir as desigualdades”. O também professor, dedicou grande parte das suas palavras à necessidade de partilhar a felicidade com os outros, tendo competências técnicas, tecnológicas, mas também perceber como a arte nos dá mais felicidade ou que conseguimos perceber melhor os outros, se todos os dias tivéssemos a obrigação de ter uma hora para compreender os outros e para garantir que todos podem aprender.

Filomena Cautela

Filomena Cautela, a quem coube apresentar o evento, caracterizou o momento em que vivemos de “Era do fantástico”, um novo mundo onde ou começamos todos a ter um pouco de “superpoderes” ou ficamos a ver a revolução passar-nos à frente.

As competências enquanto humanos serão, ou não reforçadas com esta revolução digital? Foi uma das questões que a apresentadora deixou aos vários painéis que decorreram em modelo silente conference (com recurso a auscultadores).

Rui Grilo, diretor europeu para o setor da Educação da Microsoft, foi um dos intervenientes do dia. Aos milhares de participantes, entre os quais muitos professores de vários níveis de ensino, transmitiu a necessidade de serem encontradas ferramentas que preparem os nossos alunos para a tecnologia que existe, mas também para o que está para vir ou que já está disponível. “Não basta trazer a tecnologia para dentro da sala de aula, não basta dar a competência básica aos alunos, não bastam as competências básicas de literacia digital”, reforçou.

Ricardo Ribeiro, ESTeSL

Num dos painéis da manhã, “New ways of teaching”, Ricardo Ribeiro, docente da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, foi um dos convidados. Como investigador nas áreas de computer vision, machine e Deep learning, Ricardo falou da experiência na escola do Politécnico de Lisboa, onde o recurso a metodologia com software, como o office 365, tem ajudado enquanto plataforma de ensino. “Alterar a consciência do docente é o mais complicado, porque passamos de expositores a mentores”, disse o docente. Na sua perspetiva o recurso à inovação tecnológica, para aproximar a sala de aula da realidade que os estudantes vão encontrar no mercado profissional, é o caminho. “Trouxemos os departamentos e os hospitais para dentro da escola”, reforçou.

Esta ideia foi partilhada por outros oradores, nomeadamente Ricardo Mesquita, da IE XL, em Madrid, para quem “a educação, é hoje, uma viagem que passa por um tempo na universidade, mas também enquanto pessoas na adaptabilidade para aprendermos ao longo da vida”.

Miguel Castro Neto

Docente da Universidade Nova, Miguel Castro Neto, compara a transformação digital, hoje, com o facto de termos água, energia e comunicações. “Temos que perceber que está disponível e que devemos usá-la de uma forma transparente”, referiu o investigador da área da Business Intelligence e das Smart Cities.

secretário de Estado para a Transição Digital

No dia 30 de janeiro, estiveram presentes como oradores, o secretário de Estado para a Transição Digital, André de Aragão Azevedo e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.

Ao longo dos 3 dias o Building the Future promoveu também, a realização de entrevistas em carros estacionados à entrada do evento, onde 400 candidatos a emprego aceitaram o desafio de participar num Job Pitch Challenge, onde se submeteram às perguntas de 150 executivos e CEOs de várias empresas.

Texto de CSS/GCI IPL