As Jornadas Pedagógicas da Escola Superior de Comunicação Social foram retomadas, presencialmente, a 18 de maio. A 7.ª edição, que teve como tema o “Sucesso Académico e a Importância da Participação dos Jovens no Ensino Superior”, surge após dois anos de interregno devido às restrições impostas pela pandemia, o que levou André Sendin, presidente da instituição, a considerar este, um dia “muito importante para a escola, com uma ementa desafiadora”.
Do programa das Jornadas fizeram parte: a apresentação de resultados do estudo de caso da ESCS, uma masterclass e um momento dedicado à distinção dos estudantes de licenciatura e mestrado que mais se destacaram no ano letivo de 2020/21, bem como os docentes e não docentes com 25 anos de serviço na Escola.
Rute Agostinho, pró-Presidente do Politécnico de Lisboa para a área do Sucesso Escolar e Competências Transversais, foi uma das oradoras das Jornadas, em representação do Grupo de Trajetórias Académicas e Empregabilidade do IPL (GTAE). Com a apresentação intitulada “Sucesso Académico no Politécnico de Lisboa: o caso da ESCS”, a pró-presidente falou de um estudo exploratório que visou analisar o impacto das adaptações das metodologias de ensino-aprendizagem no desempenho académico inerentes ao contexto pandémico.
No caso da ESCS, o estudo, que integrou uma amostra de 701 estudantes, concluiu que, entre 2018 e 2021, a classificação média obtida nas unidades curriculares teve tendência para aumentar. “A capacidade de adaptação da Escola (ao ensino a distância) teve impacto nesta avaliação positiva”, destacou Rute Agostinho. No futuro, o GTAE vai avaliar o efeito que o modelo de ensino a distância teve na melhoria do rendimento dos alunos e o porquê de, ao contrário do que aconteceu no ensino secundário, não existir diferença entre estudantes de meios económicos distintos. Está, ainda, prevista a criação de estruturas de apoio aos estudantes em situação de insucesso escolar.
Participação de jovens e adultos no ensino superior: desafios quantitativos e qualitativos
Mariana Gaio Alves, docente do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa liderou uma masterclass na qual abordou os desafios da participação no ensino superior. A investigadora começou por falar sobre o contexto mundial de expansão do ensino superior e a sua crescente valorização, tendo referido que a meta europeia de 40% das pessoas entre os 30 e os 34 anos com curso superior prevista para 2020, só foi atingida, em Portugal, em 2021. A especialista em Ciências da Educação explicou que este resultado foi conseguido graças ao aumento, significativo, nos últimos anos do número de estudantes colocados. Na sua perspetiva, o desafio está do lado dos adultos com mais de 23 anos, cuja taxa de crescimento vai sofrendo oscilações, dado estar dependente da conjuntura económica. “É preciso valorizar o ensino superior como um dos elementos que faz parte da aprendizagem ao longo da vida”, sublinhou.
Mariana Gaio Alves defendeu que “elevar a escolaridade média evidencia benefícios individuais e coletivos”, na medida em que, por um lado, “é um recurso valioso do ponto de vista de inserção no mercado de trabalho” e, por outro, a mão de obra qualificada contribui para o desenvolvimento económico do país. Como tal, é necessário que o “cenário de expansão” do ensino superior tenha em conta a diversificação dos públicos estudantis e que promova a inclusão. Para a docente, é importante a criação de projetos que reduzam o insucesso e o abandono escolar e, a nível curricular e pedagógico, diferenciar e ajustar o trabalho das unidades curriculares em função da diversidade dos estudantes.
Fonte e imagens: Serviço de Comunicação da ESCS
