CLiC-IPL organiza curso de Língua Gestual Portuguesa

O Dia Nacional da Língua Gestual Portuguesa, assinalado a 15 de novembro, marca o reconhecimento oficial da Língua Gestual Portuguesa (LGP) como língua da comunidade surda portuguesa pela Constituição da República em 1997. O objetivo desta iniciativa é promover a LGP e garantir o respeito pelos direitos das pessoas surdas, ao promover a inclusão nas mais diversas esferas.

Desde o último ano letivo, o Centro de Línguas e Cultura do Politécnico de Lisboa (CLiC-IPL) organiza cursos brevíssimos de LGP não só para a comunidade IPL, como também para o público em geral, contribuindo, assim, para a promoção da inclusão, da acessibilidade comunicativa e da sensibilização para a importância da LGP como meio de integração social e cultural.

Em 2024/2025, o curso foi frequentado por 21 formandos, funcionários docentes e pessoal técnico, administrativo e de gestão do IPL na sua maioria. Já este ano letivo, o curso, que começou em outubro, integra 10 formandos, na sua maioria estudantes do IPL.

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Mário Silva, estudante de Educação Básica na Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx), a propósito da frequência do curso brevíssimo de LGP, refere: “Decidi inscrever-me no curso de Língua Gestual Portuguesa porque era algo que já me despertava curiosidade e interesse há algum tempo. A Língua Gestual Portuguesa está muitas vezes presente no nosso dia a dia na televisão, no canto das televisões, e sempre me questionei sobre como poderia comunicar ou até ajudar, no quotidiano, as pessoas para quem esse “quadradinho” está destinado.

A partir do momento em que comecei a pensar em ser educador, senti uma necessidade ainda maior de aprender Língua Gestual, de forma a poder comunicar com crianças pertencentes à comunidade surda, uma vez que quero conseguir comunicar com qualquer criança que faça parte da minha sala de aula. Acredito que um educador deve estar preparado para acolher todas as crianças e facilitar a inclusão, promovendo um ambiente em que todos se sintam compreendidos e valorizados.

Nas aulas de LGP é curioso perceber que o processo inicial de aprendizagem é essencialmente motor, já que não estamos habituados a determinados movimentos. Com o tempo, porém, este processo torna-se semelhante ao de aprender outras línguas: há momentos em que nos faltam gestos que ainda não aprendemos, ou em que precisamos de parar um pouco para recordar o gesto certo, mas gradualmente conseguimos comunicar com maior naturalidade e fluidez. Aprender Língua Gestual significa, para mim, estarmos disponíveis para mais pessoas, ampliarmos as nossas formas de comunicar e tornarmo-nos mais úteis em situações em que a inclusão e a empatia são fundamentais.”

Outros participantes destacam igualmente a importância desta formação:

Luciana Nunes, estudante da ESELx, refere que “eventualmente poderei ter um aluno, ou até um encarregado de educação, que utilize a Língua Gestual Portuguesa. Já tinha participado noutras formações, mas quis aproveitar esta oportunidade para aprofundar os meus conhecimentos.”

Para Irene Brito, a formação “permite aprender uma nova língua e adquirir a capacidade de comunicar com pessoas com quem, de outra forma, não conseguiria estabelecer contacto.”

Já Carolina Jamón sublinha que não existe oferta suficiente nesta área e faz todo o sentido que exista no IPL, por ser uma instituição de ensino superior. Enquanto estudantes, este é o momento em que temos mais tempo livre para aprender, e a proximidade em relação ao local onde estudamos também ajuda. Fico muito feliz por ter esta oportunidade e estou mesmo feliz por poder participar.”

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