O anúncio foi feito esta quinta-feira, 2 de julho, pela organização do festival, cuja 73.ª edição, este ano, devido à pandemia, não se vai realizar. O filme dos jovens realizadores portugueses foi produzido pela Escola Superior de Teatro e Cinema e também faz parte da seleção para a Competição Nacional do IndieLisboa 2020.
Cinéfondation de Cannes 2020, dirigida por Dimitra Karya, é uma secção oficial do festival internacional, instituída em 1998, destinada a curtas e médias-metragens feitas em contexto de escola do mundo inteiro e a novas vozes do cinema independente. Este ano, entre as 17 obras selecionadas (13 de ficção e 4 de animação), está o filme “Corte”, dos irmãos Afonso e Bernardo Rapazote, diplomados da escola artística do Politécnico de Lisboa. Da lista apresentada por todas as Escolas de Cinema faziam parte 1952 trabalhos.
Segundo comunicado da agência Portugal Film, é a primeira vez, em duas décadas, que Portugal é representado na Cinéfondation e a primeira vez na história da competição que uma produção inteiramente portuguesa é selecionada. “Corte” também foi selecionado e vai ser exibido, este ano, na competição de curtas-metragens, pelo IndieLisboa, que decorre em agosto.
A narrativa de “Corte”, ficção escrita, dirigida e interpretada pelos jovens cineastas, passa-se numa “corte desequilibrada pela longa ausência do rei”, onde o príncipe herdeiro é assassinado, abrindo caminho para os irmãos dele assumirem o desejo de ocupar o seu lugar, refere a sinopse. A corte, na sua inclemência decadente, vai finalmente distingui-los, individualizá-los, separá-los. Os realizadores queriam falar de uma família, na qual a mãe tivesse desaparecido e em que a figura paterna estivesse ausente. Mas em que, mesmo nesse deserto, sobrevivesse um laço familiar. Criaram as personagens de dois gémeos, como eles.
Nascidos em Viseu, em 1997, Afonso e Bernardo Rapazote fizeram este filme enquanto estudantes, tendo o primeiro formação em realização e, o segundo, em argumento. De trabalhos anteriores destaca-se o filme “Roteiro das almas”, que fez parte da programação do DocLisboa 2018.
Texto de CSS/GCI IPL
Imagens: Portugal Film