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19.08.2019
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O cineasta de 60 anos, diplomado da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), ganhou o mais importante prémio do Festival de Cinema que se realiza na Suiça, com o filme "Vitalina Varela" (2019). O filme teve estreia mundial em Locarno, na quarta-feira, e tem distribuição garantida e estreia, em 2020, nos Estados Unidos. Pedro Costa já em 2014, tinha recebido o prémio de melhor realização com o filme “Cavalo Dinheiro” no Festival de Locarno.

Foi aliás na rodagem deste filme que o realizador português conheceu Vitalina, cuja história parcial ainda foi incluída no filme. Vitalina Varela retrata a história de uma mulher cabo-verdiana que chega a Portugal três dias após a morte do marido Joaquim, emigrado em Portugal, depois de ter estado 25 anos à espera de um bilhete de avião.

Vitalina Varela  

O novo filme de Pedro Costa vai estar em competição, em setembro, no Festival de Cinema de Toronto, no Canadá, e será apresentado no 57.º Festival de Cinema de Nova Iorque, nos Estados Unidos.

Na página do Festival, foram partilhadas declarações obtidas junto do diplomado da ESTC, que admitiu que o galardão "é muito importante para as pessoas que fizeram o filme". "Conseguir este prémio num festival como Locarno significa que tudo é possível, até para um filme feito sem dinheiro", disse o realizador, que afirma ter trabalhado arduamente durante dias, meses e anos, "pacientemente e cuidadosamente, de forma a que estes lugares e esta comunidade (em Lisboa) seja protegida pelo cinema".

Vitalina e Pedro Costa

Pedro Costa já foi felicitado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que considera que, “se o reconhecimento internacional de um cineasta português é sempre motivo de regozijo, é-o ainda mais quando demonstra que o cinema pode ser empatia intransigente e rigor fulgurante”. Já o primeiro-ministo António Costa, através do twitter, parabenizou o realizador e referiu que “a internacionalização da cultura portuguesa deve muito ao talento e singularidade do nosso cinema”, realçando que “este prémio é, uma vez mais, prova disso”.

Também a ministra da Cultura, Graça Fonseca deixou uma mensagem ao cineasta referindo que "a atenção ao rigor dos detalhes, a comunhão das diferentes linguagens técnicas, como a fotografia e o som, e a entrega dos intérpretes a uma narrativa que questiona a perceção e a realidade, fazem do cinema de Pedro Costa um exemplo a destacar na história do cinema contemporâneo”.