Relevante obra para a formação de jovens gestores e analistas financeiros, responsáveis na tomada de decisões mais justas nas organizações, “contribuindo para o futuro de um país mais desenvolvido e coeso”, referiu o presidente do Politécnico de Lisboa sobre o livro “Regulação, Ética e Governance: o mercado da informação financeira” de Jorge Rodrigues, na apresentação da obra, que decorreu no dia 4 de junho na Ordem de Economistas.
Especialista e investigador, com vasta experiência na área da gestão, Jorge Rodrigues, docente do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa, pretende, com este trabalho, estimular os decisores das instituições financeiras a não agirem “antes de pensar procurando evitar e a não confundir a familiaridade superficial de um assunto com uma profunda compreensão do mesmo”, referiu o autor no lançamento do livro que contou com a presença do Bastonário da Ordem dos Economistas, Rui Leão Martinho e com Raul Marques, membro da direção da referida Ordem.
Com publicação da editora RH, o livro, dividido em cinco capítulos, reflecte sobre vários assuntos referentes ao mercado da informação financeira.
No primeiro capítulo é abordado o conceito da responsabilidade social das organizações assente no princípio de que estas não só têm obrigações económicas de produção e distribuição de bens e serviços, inerentes à sua atividade, mas assumem igualmente obrigações na sociedade em que estão inseridas.
Construir a confiança é a temática desenvolvida no segundo capítulo. O autor explica que, apesar de não existir uma definição para confiança universalmente aceite, a confiança "é percecionada como o acreditar nas intenções dos outros indivíduos, com prudência e moderação, facilitando assim as relações de trabalho e as transações económicas." A propósito deste tema o autor refere, na apresentação do livro, que a confiança demora a ser construída, mas que pode ser rapidamente destruída.
Corporate governance, (governabilidade organizacional ou governo das sociedades), assunto abordado no terceiro capítulo, traduz-se no conhecimento das regras de gestão de uma organização e os riscos do negócio estarem sob controlo. O investigador explica que "enquanto modo de estruturar e repartir os poderes de gestão no seio de uma organização, dá corpo a um conjunto de recomendações mínimas, com a finalidade de promover a lealdade, a transparência, o controlo e a responsabilidade dos gestores. Jorge Rodrigues refere que o problema do corporate governance existe desde sempre, sendo já mencionado no século XVIII pelo economista britânico Adam Smith.
O quarto capítulo é dedicado à ética das organizações. A temática, com visibilidade mediática nos últimos tempos, "pelas piores razões", contribui para "fazer o que está certo", disse o autor que acrescenta "devemos atuar com os outros como esperamos que os outros atuem connosco".
No penúltimo capítulo são abordados os instrumentos de ética, o autor apresenta as diferentes tipologias de códigos existentes nas organizações: código de ética; código de conduta; código de boas práticas e código deontológico.
No último capítulo o autor apresenta ao leitor a organização e funcionamento de três ordens profissionais escolhidas pelo autor: ordem dos economistas; ordem dos revisores oficiais de conta e ordem dos contabilistas certificados. A propósito do tema Rui Martinho, o Bastonário da Ordem dos Economistas, defende que estas 3 ordens profissionais deviam ser uma única Ordem à semelhança do que acontece em Espanha.
Livro disponível aqui
Texto de VG/CGI
Fotos de MN/GCI